No início era tudo mato,
mato mesmo
Antes de 1880 não existia a Avenida Paulista, muito menos prédios, trânsito ou ‘pessoas apressadas’. Essa região era conhecida nos tempos coloniais de Morro do Caaguassú, o que significa em Tupi, mata fechada (para você ver como a coisa de mato é séria mesmo).
Já em 1878 era apontada a necessidade de uma estrada com saída da estrada de Santo Amaro para o caminho dos Pinheiros (não adianta procurar no ‘maps’ essas denominações para Av. Brigadeiro Luís Antônio e Av. da Consolação,respectivamente).
Entre diversas propriedades rurais, havia o sítio do Capão. Foi o seu proprietário, o português Mariano António Vieira, que abriu a mata em 1880 para criar a Rua da Real Grandeza (posteriormente chamada de Av. Paulista). No entanto, ainda dentro da sua propriedade, havia uma trilha conhecida como Maria Augusta, desde 1875, que servia para subir o Morro do Caaguassú. Em 1891, Mariano António Vieira procurou urbanizá-la para bondes até a Avenida Paulista. Aqui que essa rua passou a ser chamada de Rua Augusta e em 1897 consta oficialmente no mapa da cidade.
O resto da história da Rua Augusta você já conhece e também o que a faz tão famosa, porém recuperar todo esse processo histórico, assim como ocorreu, nos permite retomar fatos e acontecimentos que foram deixados de lado. O nome Maria Augusta reflete isso, quase um resgate da sua identidade original, sua essência e sua forma primitiva. De modo a reproduzir uma identidade tipicamente Paulista em suas origens, de um jeito bem livre e próprio, quase que ficcional.
Procuramos também resgatar sua expressão de época, o apelo à arte, em particular a Modernista, que foi uma expoente vanguardista do movimento artístico brasileiro e reconhecido no mundo todo. Arte essa que também vemos expressada na comida de sua gente, nos seus gostos e no consagrado popular.
Deste resgate, ora histórico, ora ficcional, ora artístico, ora popular, no entanto, atemporal Paulista e simultaneamente brasileiro que o Maria Augusta diz que fica.
A proposta do Maria Augusta RestoBar é ser um Restaurante Bar (como o título diz) aconchegante e informal, agradável e despojado, reconhecido e acessível, de maneira a unir os lados da mesma rua para todos os públicos democraticamente.
Mulheres que fizeram (e fazem)
nossa historia
Sebastiana de Melo Freire (Dona Yayá)
Filha de uma família aristocrática paulista, perdeu seus parentes próximos em sucessivas tragédias. Pelo tempo que pode aproveitar da herança, promoveu diversos saraus e montou um estúdio fotográfico em sua própria casa, no bairro do Bixiga. A alegação era incapacidade mental por seus tutores, mas algumas releituras da sua biografia apontam que fora vítima incompreendida da moral da época.
Carolina de Jesus
Foi a publicação do seu diário de vida que a destacou como escritora e a tornou uma das mais importantes escritoras brasileiras, inclusive uma das primeiras mulheres negras a ser reconhecida como escritora.
Antes do reconhecimento era catadora de papéis, profissão da qual sustentou 3 filhos.
Inezita Barroso
Nascida da capita, no dia 04 de março de 1925, Ignez Magdalena Barroso foi uma importante cantora, atriz, bibliotecária, folclorista, professora e apresentadora. Ganhou o título de Honoris Causa em folclore. Deixou um legado de força e determinação, sendo uma das primeiras mulheres a interpretar a música caipira no Brasil e administrar um programa de TV de auditório em plena década de 80.
Anália Franco
Pérola Ellis Byigton
Pérola destacou-se no combate à mortalidade infantil e aos cuidados com as mulheres durante 33 anos. Liderou um seção da cruz vermelha nos EUA, além de diversas benfeitorias aos menos favorecidos, sobretudo crianças.
Bartira
Iracema Arditi
Pintora Naif (autodidata), paulista que fundou o primeiro museu para pintores como ela na América Latina. Realizou diversas exposições no Brasil e no exterior. Suas obras ganharam notoriedade e reconhecimento no mundo todo, uma pintura idílica, leve e pura.
Maria Auxiliadora da Silva
Pintora Autodidata que retratou temas pouco explorados na pintura da época, como as religiões afro brasileiras. Além disso, representou o carnaval, festas e celebrações da nossa cultura. Iniciou a vida como doméstica, passadeira e bordadeira, para dedicar-se à pintura somente aos 32 anos. Recebeu reconhecimento póstumo internacional para, então, ser reconhecida no Brasil.